Páginas

Postagens populares

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Cinzas ao vento




                                        
Um homem caminha solitário por uma estrada sem vislumbre nenhum. Não há vivacidade em seus olhos, em seus passos em perceber as vazias vidas que por ele passam.
Para ele  o silencio é a única atitude que realmente expressa o profundo sentido da filosofia. E a filosofia trouxe a sua vida clarividência e consequentemente sofrimentos.
Era tarde, caia uma fina garoa que não molha, mas também não desencharca a Alma de  um dia Cinzento.  Mesmo assim, caminha sem se importar, já que caminhar é um exercício que aliena um pouco o tédio da vida.
Anda sem rumo certo e reflete sobre tudo e todos que o cerca. Pessoas caladas,  possuem  Espíritos inquietos.
Entra em um Bar e se acomoda em um lugar um pouco escuro. Pede uma garrafa de uísque e fica a contemplar o ambiente.
Para esse misto de profeta, peregrino e filósofo, a natureza não é perfeita como pregam. O ser humano é produto do seu meio. E, por isso, todos tentam, ao máximo a busca pelo prazer da vida, mas se enganam, pois essa busca consiste na tentativa de uma fuga da própria vida. A alienação é o mais forte dos deuses. E, é assim que ele faz dos seus pensamentos  às palavras de Schopenhauer:
"se Deus criou este mundo, não queria ser esse Deus, pois as dores do mundo dilacerariam seu coração".
Como afirmar que a felicidade existe, se estamos  toda hora à pensar na morte? Não se  pode dizer que se é feliz, pois a vida não existe, o que existe é a morte. É da morte que nos são emprestadas nossas vidas, nossas pobres vidas.
E a vida é uma batalha. Uma batalha que surge com o primeiro sopro. Assim como, é percorrida por labirintos e sonhos que não passam de ilusões. Todos os profetas  foram loucos ou sádicos, pois os ideais  são todos pautados em hipocrisias e o homem não merece o sangue de um Deus.
Só as pétalas das flores falam a linguagem da natureza pois são perfeitas, até o floricultor matá-las e vende-las mortas para noivos vivos e apaixonados. Sem temor algum das futuras gerações, o labirinto da vida se desenvolve, causando choques e mais choques, fabricados para fragmentar, e dividir com o propósito de conquistar; e, tudo sem o conhecimento da massa faminta que faz parte ingenuamente desse circo de horror.
Sentado na mesa de um bar ele pensa em todos rindo e brindando  suas miseráveis vidas. Enquanto celebram seus velórios, estão sendo maquinalmente manipulados  por uma pequena parcela dos donos do mundo. Mundo que também não são deles sem saber.
 A vida é uma causa perdida.
O caminhante já embriagado desta vida  levanta-se e segue seu destino. Caminha em direção ao mistério  hediondo da vida, que só na morte poderá haver uma explicação. Se não, o nada o espera e, isso o conforta.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Entender é impossível,
Compreender jamais.
Tenho visto e, só, que
Nada faz sentido.
Homens caminham,
Com suas dúvidas.
Crianças são Reis.
A história é quase real,
A vida também.
Você existe 
 no meu fascínio
Mas tudo passa.
Fora o que penso,
Tudo é mentira.
Nada tenho.
Tudo me é emprestado.
Pobre de quem se acha,
Dono de algo.
Vamos passar tão rápido
E, quando no ultimo suspiro
Estiver a explicação,
Saberemos que foi tudo em vão .
Deus nos esqueceu,
Ele não cumpriu a sua palavra,
Acho que se prepara com uma escolta
Armada para retornar.
Então vamos só.
Nascemos só. 
Voltaremos só.
Esse é sempre o começo 
De todos os fins
Que aí pairam.
A vida é alugada.
Depois o condômino nos vem cobrar
E, então, ficaremos em paz.
Só a verdade nos libertará,
E só a encontraremos
No túmulo, que é um lugar
Sagrado para os vermes.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cordel Dos Pássaros

Por amar os passarinhos
e quere-los livres e soltos
cantando pelas campinas
embelezando a nós todos
eu recito simples versos
se não gosta, faça outros

Não há mais belo na vida
escute que falarei
digo com todas as certezas
com juramentos de um Rei
que o canto do Galo de Campina
para escutá-lo ansiei

Vendo que:

Uma Ave tão bela
com o canto poderoso
tô falando Uirapuru
um tenor misterioso
quando canta as Aves se calam
pelo seu canto glorioso

Com certeza...

O Rouxinol quando canta
deixa as cores mais belas
o seu canto é tão lindo
que encanta as lindas Donzelas
quando ele abre seu canto
a Natureza se completa

Mas para falar do canto das Aves
eu não posso desconsiderar
um dos mais imponentes cantos
que qualquer um pode julgar
se não o primeiro é o segundo
da Majestade o Sabiá

É, porém mais toda via;

Meus Amigos me perdoem
se falei alguma besteira
mas julgo ser importante
não penso de outra maneira
que falar do canto dos Pássaros
é perfeito numa Aroeira

Agora sim;

Aos Poetas do Nordeste
aos Repentistas também
que pelos seus versos encantam
como Zé Ramalho não tem
mas igual ao Canário do reino
só existe ele mais ninguém






terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ego

              

      Sois Fausto, todos vós que se embriagam
            
                        pelas vaidades.
         
          Todos que vendem suas almas ao Diabo
                      
                        Pelas ilusões.

         Sim! Zaratustra estava certa ao profetizar a
                     
                            Morte de Deus.
             Morto por nós, amantes das Ilusões
                      
                             Dessa fútil vida.  
  
      Enquanto a miséria reina por todos
       
                     os lados, todos  são cegos,
               
                      Uma cegueira forçada. 

     Mefistofele Venceu,  pois todos estão felizes,
           
                  nesse mundo  hipócrita.
 
      Fausto, todos vós sois Fausto.

  

Cadáveres



           A vida é uma rotina  maçante e tediante,
                          um ato cansativo e desnecessário.
           A água da chuva vestida com lama
                Traz em sua composição matéria orgânica,
                                 derrama-se sobre a terra para torná-lá fértil,
          
                   E o homem? Demônio ígneo!
                   Talvez sumir seja a única  verdade
          Filosófica, talvez. 
                                  O que se tem mais para querer, depois
                   De ter já conhecido todas as basbaquices 
           Desta tão inútil vida?
                        Ilusão!!!
                                             Michel

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Vida



                                                     
 No sertão  Paraibano, uma mulher de traços graciosos, apesar da vida dura que levava, teimava em lutar dia-a-dia para a subsistência dos seus cinco filhos no árido torrão sertanejo.

O seu Marido um vagabundo ordinário, passava o dia inteiro  bebendo e, ao chegar em casa, espancava  ela e os filhos sem dó e piedade. Entender o Por que dessa brutalidade toda dele é quase impossível, vendo que ela era uma batalhadora da casa e dos filhos. Sua única preocupação depois de garantir o sustento pela pequena roça, era a educação dos filhos, pois a Escola era a cinco quilômetro de distância.

Toda a sobra das plantações que a mulher produzia, ele vendia e torrava todo o dinheiro nos Bares.  Para aumentar um pouco a renda da casa além da roça, a pobre mulher  lavava roupa para pessoas que viviam na Cidade.

Sua rotina de todos os dias era acordar às cinco da manhã, preparar o café com broa de farinha seca , arrumar os pequenos e encaminhar para a escola, aos cuidado do filho maior.

Depois a roça lhe esperava para um trabalho árduo e sacrificante. Ficava na roça das seis às dez e meia da manhã e retornava para preparar o pobre almoço para as crianças, pois se o   Marido chegasse em casa e não houvesse nada feito, ele a espancava pois,  qualquer desculpa  era pouca para fazê-lo.  A tarde lavava as roupas até a baca da noite, e depois preparava o jantar.

Certo dia, exausta pela rotina diária a mulher dormira além do esperado. O marido passara a noite bebendo, chegando em casa  às seis da manhã. Vendo a  mulher dormindo sem forças para levantar-se, o  covarde derrubara da rede onde dormia e chutava sua cabeça  sem consciência e trégua. Vendo todo o rebuliço, o filho mais velho interveio para tentar defender a mãe mas com um empurrão dado pelo homem ele foi ao chão. Vendo que ele ia matar sua mãe, o menino pegou uma espingarda de soquete para caça e disparou contra o pai o matando na hora.

Dez anos se passara e a mulher com seus cinco filhos aumentaram sua propriedade, adquirindo gado e os dois mais velho dos filhos, o menino e a menina  se formaram  e junto com sua mãe  viviam tranquilamente.

PS. Caso Real.