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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dizem


        
  
Dizem que eu não digo
Coisa, com coisa.
Apontam em riste seus
Dedos com velocidade
De medidas exatas.
Questionam- me se sou jogador ou santo.
A verdade é que 
Sou louco!
Porque os "normais" estão 
Sempre em busca 
De uma porção de atenção;
Não se veem, 
Pois Estão todos mortos,
Em suas fúteis vidas.
 O pensamento é complexo
Demais pra tentar entender.
Entender que,
É tudo mentira
As ditas "verdades" dos homens.
Dizem sempre que 
Não digo coisa com coisa,
Porque tudo, com tudo,
É uma tentativa falsa de se 
Sentirem vivos,  úteis,felizes e,
esses talvez,
Se enganam.

Capetalismo

Eu tinha um estilo próprio,
Que foi corroído pela as imposições,
Imposições da nova cultura internacional,
Transformando tudo em massa,
E as massas já prontas são devoradas,
Pelos burocratas do poder,
Que ninguém vê, e entende o porquê.
Todos os dias nasce uma  pirâmide,
Enlanguescendo  sua base e diminuindo seu cume,
Aumentando os campos agrícolas,
E cada vez mais, seu José está faminto,
E vem o sol, as flores, a chuva e o frio
Sem tempos proféticos.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

DORME AGORA!

Alguma aconteceu!!! Gritava uma linda morena de cabelos ondulados em prantos.
Eu a olhei e naquele instante percebi que tudo continuava na mesma.
Não conhecia a pessoa que estava inerte com a cabeça nos seu colo.
E ela a chorar...fiquei angustiado por alguns minutos e quando a esquina virei,
Só pensava em chegar no meu trabalho e explicar ao chefe o meu atraso.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Em nome do cravo

Deus não me livre
Eu entendi
Agora sei qual o trunfo
Do xadrez
Pelo que sei,
Pelo que vi,
Pelo que Não busquei,
Instrumento de batalha
Composto de poder
Embebeda-te com 
Falsidades
Só não te esqueças 
Do capital
É, pois é!
É a capital do Sol
Do inverno, do verão
Ou até quem sabe
Do gelo artificial
Os olhos não mentem
mas o corpo sim
Onde está você
Que eu perdi?
Ou será que não 
Acompanhei.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Instinto Animal



Homens são leões famintos, 
Carniceiros, devassos, 
libertinos. 
Homens busca o prazer e a
Servidão.
São cruéis,
Sanguinários, sedentos
Por carne.
Leões vestidos de cordeiros,
Pronto para atrair sua presa e 
dilacerá-lá.
Feito.
Acendi um cigarro, 
um copo de tequila,
Relaxa, vira e sonha.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Emplasto


                                             Emplasto

Eu a conheci em um shopping no centro. Era alta, loira, olhos verdes Mar, cabelos compridos encaracolados e sedosos, pele de porcelana, esbelta, charmosa, cintura fina e busto farto.  Trazia em seu Ar, algo como se o solo onde pisava não a merecesse. Cabeça erguida e rebolado envolvente. Todos a percebiam, inclusive eu. Entrou em uma loja de sapato e eu fiquei a olhá-la  cá de fora. Algo tomou conta do meu ser. Fiquei hipnotizado por tão espontânea beleza, era a pura perfeição da natureza. Apenas em vê-la para mim, já era o bastante para realizar todos as fantasias que passava em minha cabeça. Mas Como chegar perto de uma Deusa daquelas? Como poderia eu, um simples humano ter o deleite de possuir tão maravilhosa companhia divina. Para mim, a pura perfeição se resumia naquela figura extraordinária, uma mulher com os traços  graciosos, mais combinatórios com lábios carnudos que mais parecia a figura de um coração, com a leveza suave das formas que entornam desde o rosto até os lindos pés.
Contudo eu tinha que tentar me aproximar dela, era preciso tentar ou então nada mais valeria a pena nessa vida.  Pensei como chegaria. Abordar uma mulher daquelas requer muita mais arte que ciência.  Esperei-a sair da loja e quando por mim passava pedi uma informação. Ela me explicou o que pedi sem olhar nos meus olhos e com um pouco de desdém  comigo e nessa hora eu pensei que seria mais difícil que imaginara. Depois a chamei para tomar um café, ela subitamente me olhou e, sem questionar aceitou o meu convite. 
É interessante como nós transformamos algo possivelmente simples em um monstro horrível.
 Fomos à praça de alimentação e pedi dois expressos. Sentamos na mesinha e puxei assunto perguntando seu nome e onde morava. Ela iniciou algo parecido como um extenso prólogo de sua vida. Dizia ela:
- sou modelo, já participei de vários programas de televisão, tenho muitos pretendentes ricos que posso tê- los quando quiser, etc. 
Falou de carros bonitos, jóias, sapatos, viagens ao exterior, roupas de grifes, de biquínis pequeninos que ficavam bem desenhados no seu corpo e por aí vai. Falava, falava, e falava, coisas tão supérfluas que eu perdi toda a minha feição. Depois de meia hora de conversa com aquela mulher,  percebi que  para mim, sua beleza não mais era tão única como achava minutos  antes, apesar de ainda querer levá- la para casa e depois de uma noite em claros com ela, terminar o que fui fazer e nunca mais voltar a vê- la. 
Enquanto ela falava de coisas banais eu só afirmava ou negava com a cabeça, dependendo do que eu achava que ia me favorecer no meu plano. 
Tudo que planejei, enquanto a bela moça falava coisas tão vagas e sem sentidos, que  eu já não estava para aquentar mais, Chegava  a me dar náuseas  aquele falatório sem nexo e, como um herói de guerra que passa por privações eu agüentei firmemente.
Ela olhou o relógio e disse que já estava tarde, Eu chamei para ir jantar em minha casa e ela logo aceitou.  Pedi uma pizza e comemos. Depois da pizza e já com alguns copos de vinho na cabeça, a levei para o quarto. 
 No dia seguinte, eu disse que precisava trabalhar e que ela deixasse a chave debaixo do tapete quando saísse. Ela disse tudo bem e que precisava trabalhar também e, se eu quisesse ela voltaria à noite. Então eu pensei se realmente valia a pena, olhando aquela linda mulher deitada em minha cama que quando calada era a mais bela poesia  ou a própria Afrodite. Pensei se  valia a pena aquentar como um mártir, tanta asneira pela sua beleza. Então, refleti calado enquanto ela esperava minha resposta, pensei até quando eu aguentaria a ladainha daquela mulher e, cheguei a conclusão que ia ainda usufruir um pouco mais antes de descartá-la. 

Embriaguem-se


                                                      

É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo
horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem
descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão
morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao
vento, à vega, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que
gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o
pássaro, o relógio responderão: “É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos
martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso” Com vinho, poesia ou
virtude, a escolher”.

Charles Baudelaire
Extraído do site Nox in Vitro

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ensinamento




Como podes então não chorar? Situe tua dor nos meus sentidos para tentar compreender como podes não chorar. Explica-me o delírio de  tua febre.

- É por intermédio do mundo.

- ah! Sim! Mas, que tem o mundo?porque te impedes de não chorar?

- esqueço o que é preciso esquecer e, assim vivo a vida.  

- viver é fechar os olhos? Sim! Ensina-me.

- não posso explicar, eu sou só uma pessoa normal. 

- todos em tua condição se indignaria, gritaria aos céus injurias contra os Deuses, mas você nada faz. 

- céu e inferno estão em ti.

- compreendi profeta dos dias de hoje, és o mais sábio entre os  homens. Viver é como o vento, é sentir sem ser visto, é um caleidoscópio no deserto das certezas individuais. 





Michel, 27/02/2013

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Cinzas ao vento




                                        
Um homem caminha solitário por uma estrada sem vislumbre nenhum. Não há vivacidade em seus olhos, em seus passos em perceber as vazias vidas que por ele passam.
Para ele  o silencio é a única atitude que realmente expressa o profundo sentido da filosofia. E a filosofia trouxe a sua vida clarividência e consequentemente sofrimentos.
Era tarde, caia uma fina garoa que não molha, mas também não desencharca a Alma de  um dia Cinzento.  Mesmo assim, caminha sem se importar, já que caminhar é um exercício que aliena um pouco o tédio da vida.
Anda sem rumo certo e reflete sobre tudo e todos que o cerca. Pessoas caladas,  possuem  Espíritos inquietos.
Entra em um Bar e se acomoda em um lugar um pouco escuro. Pede uma garrafa de uísque e fica a contemplar o ambiente.
Para esse misto de profeta, peregrino e filósofo, a natureza não é perfeita como pregam. O ser humano é produto do seu meio. E, por isso, todos tentam, ao máximo a busca pelo prazer da vida, mas se enganam, pois essa busca consiste na tentativa de uma fuga da própria vida. A alienação é o mais forte dos deuses. E, é assim que ele faz dos seus pensamentos  às palavras de Schopenhauer:
"se Deus criou este mundo, não queria ser esse Deus, pois as dores do mundo dilacerariam seu coração".
Como afirmar que a felicidade existe, se estamos  toda hora à pensar na morte? Não se  pode dizer que se é feliz, pois a vida não existe, o que existe é a morte. É da morte que nos são emprestadas nossas vidas, nossas pobres vidas.
E a vida é uma batalha. Uma batalha que surge com o primeiro sopro. Assim como, é percorrida por labirintos e sonhos que não passam de ilusões. Todos os profetas  foram loucos ou sádicos, pois os ideais  são todos pautados em hipocrisias e o homem não merece o sangue de um Deus.
Só as pétalas das flores falam a linguagem da natureza pois são perfeitas, até o floricultor matá-las e vende-las mortas para noivos vivos e apaixonados. Sem temor algum das futuras gerações, o labirinto da vida se desenvolve, causando choques e mais choques, fabricados para fragmentar, e dividir com o propósito de conquistar; e, tudo sem o conhecimento da massa faminta que faz parte ingenuamente desse circo de horror.
Sentado na mesa de um bar ele pensa em todos rindo e brindando  suas miseráveis vidas. Enquanto celebram seus velórios, estão sendo maquinalmente manipulados  por uma pequena parcela dos donos do mundo. Mundo que também não são deles sem saber.
 A vida é uma causa perdida.
O caminhante já embriagado desta vida  levanta-se e segue seu destino. Caminha em direção ao mistério  hediondo da vida, que só na morte poderá haver uma explicação. Se não, o nada o espera e, isso o conforta.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Entender é impossível,
Compreender jamais.
Tenho visto e, só, que
Nada faz sentido.
Homens caminham,
Com suas dúvidas.
Crianças são Reis.
A história é quase real,
A vida também.
Você existe 
 no meu fascínio
Mas tudo passa.
Fora o que penso,
Tudo é mentira.
Nada tenho.
Tudo me é emprestado.
Pobre de quem se acha,
Dono de algo.
Vamos passar tão rápido
E, quando no ultimo suspiro
Estiver a explicação,
Saberemos que foi tudo em vão .
Deus nos esqueceu,
Ele não cumpriu a sua palavra,
Acho que se prepara com uma escolta
Armada para retornar.
Então vamos só.
Nascemos só. 
Voltaremos só.
Esse é sempre o começo 
De todos os fins
Que aí pairam.
A vida é alugada.
Depois o condômino nos vem cobrar
E, então, ficaremos em paz.
Só a verdade nos libertará,
E só a encontraremos
No túmulo, que é um lugar
Sagrado para os vermes.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cordel Dos Pássaros

Por amar os passarinhos
e quere-los livres e soltos
cantando pelas campinas
embelezando a nós todos
eu recito simples versos
se não gosta, faça outros

Não há mais belo na vida
escute que falarei
digo com todas as certezas
com juramentos de um Rei
que o canto do Galo de Campina
para escutá-lo ansiei

Vendo que:

Uma Ave tão bela
com o canto poderoso
tô falando Uirapuru
um tenor misterioso
quando canta as Aves se calam
pelo seu canto glorioso

Com certeza...

O Rouxinol quando canta
deixa as cores mais belas
o seu canto é tão lindo
que encanta as lindas Donzelas
quando ele abre seu canto
a Natureza se completa

Mas para falar do canto das Aves
eu não posso desconsiderar
um dos mais imponentes cantos
que qualquer um pode julgar
se não o primeiro é o segundo
da Majestade o Sabiá

É, porém mais toda via;

Meus Amigos me perdoem
se falei alguma besteira
mas julgo ser importante
não penso de outra maneira
que falar do canto dos Pássaros
é perfeito numa Aroeira

Agora sim;

Aos Poetas do Nordeste
aos Repentistas também
que pelos seus versos encantam
como Zé Ramalho não tem
mas igual ao Canário do reino
só existe ele mais ninguém